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Afinal de contas qual o layout de currículo certo?

  • Ceselina Matos
  • 8 de jul. de 2020
  • 5 min de leitura



Numa publicação recente que fiz no linkedIn em que partilhei algumas dicas sobre a procura ativa de emprego, e dando a minha visão enquanto recrutadora, quase fui crucificada por ter dito: “Não envie um CV Europass”! O post teve mais de 900 likes e ultrapassou os 100 comentários, uns contra, e outros a favor. Li com atenção todos os pontos de vista, e senti que devia aprofundar um pouco mais esta temática do currículo, e da importância (exagerada) que toda a gente lhe dá.

Primeiro ponto que quero desde já esclarecer, o currículo (CV) é apenas uma das muitas ferramentas que o candidato tem disponíveis para procurar ou transitar de emprego.

Segundo ponto, e muito direcionado aos que defendem que o conteúdo é que importa e não a forma, concordo em certa medida, mas isto deixa de ser verdade, quando o mesmo CV serve para enviar a todas as candidaturas. O candidato na maior parte das vezes considera o CV um documento estático e na minha opinião, ele é um documento dinâmico. O que quero dizer com isto? Que este documento deve ser adaptado à oferta à qual se candidata. Assim sim, no caso do CV, o conteúdo prevalece sob a forma.

A forma e o contexto.

Nessa publicação, foram muitos os candidatos e recrutadores que referiram não se importar se o layout for um simples Europass e não entenderam a minha “embirrância” com este modelo.

Ao ler com atenção esses comentários, percebi que tem a ver com o contexto. O que quer isto dizer? Áreas como IT (Tecnologias de Informação), engenharia ou funções com fracas qualificações, parece que não têm qualquer preconceito com o layout do CV, e faz sentido, senão reparem:

  • Em IT e determinadas áreas da engenharia, existe uma enorme dificuldade em recrutar, pelo que, os recrutadores e até mesmo os candidatos, não precisam de ter estes cuidados. Simplesmente porque o mercado está invertido, existe demasiada procura e poucos candidatos disponíveis. Por esse motivo, o esforço dos candidatos é mínimo, aliás os profissionais destas áreas referem muitas vezes, o facto de serem abordados por headhunters que lhes oferecem posições aliciantes (segundo os comentários, isto acontece até de uma forma muito pouco profissional, mas isso será matéria para outro artigo).

  • Quanto às funções pouco qualificadas, como operários fabris, restauração e outras, é normal que não exista grande exigência na forma do CV, pois estas pessoas têm poucas competências no que respeita à informática. E ainda porque a fonte de recrutamento, na larga maioria dos casos, não é o linkedIn, mas sim os anúncios de emprego, juntas de freguesia, redes de empregabilidade ou outros.

  • Função pública - estas ofertas, quase sempre, exigem o europass, até porque o europass é em si mesmo uma entidade (europeia) e faz todo o sentido que as entidades públicas o utilizem e muitas vezes o promovam (até mesmo as universidades).

Mas, estas são exceções, pois em todas as restantes áreas, o candidato pode começar por diferenciar-se através de um layout de CV customizado. Eu pessoalmente, gosto de utilizar os modelos do canva.com e personalizar de acordo com a oferta e a empresa.

Mas claro que a forma é um detalhe, o que deve prevalecer é o conteúdo!

Esta é uma verdade inequívoca, e como já referi, defendo que o CV é um documento dinâmico e deve ser adaptado à oferta. Para isso o candidato deve fazer uma análise cuidada da oferta de emprego e destacar no seu CV tudo aquilo que é solicitado.

Mas, não é apenas o CV que conta para esta equação! Quando falamos de conteúdo, podemos estar a falar também da carta de motivação ou apresentação, como queiram. E esta carta pode ser apenas o corpo do e-mail através do qual envia a sua candidatura. Uma carta assertiva, pode incitar o recrutador a ler ou não o CV. O que deve dizer nesta carta?

Muito simples: porque é uma mais-valia naquela função e porque se sente motivado.

E desculpem, mas o envio do CV sem nada escrito no corpo do e-mail, é para mim falta de educação! E não me venham com a conversa de que o recrutador também devia fazer isto ou aquilo, é verdade, têm toda a razão! Mas, neste caso, o candidato deve agir sobre as variáveis que pode controlar e na procura de emprego isto é determinante. Deve assim ter sempre presente: o que posso fazer hoje para melhorar?

Quando o candidato se agarra ao que em psicologia chamam de locus de controlo externo, só tem a perder! O que quer isto dizer? Quando o problema está no outro (recrutador, empresas, mercado), o candidato perde o controlo, pois essas variáveis não são por si controláveis (e aqui para nós, isto também diz muito sobre o facto do candidato, se focar em problemas, ao invés de encontrar soluções). Assim, o mindset deve estar no locus de controlo interno, ou seja, deve agir sobre o que pode controlar!

E pode controlar o que escreve no CV e no corpo do e-mail, certo?

Mas neste contexto, o conteúdo é muito mais do que o CV e a carta de motivação!

Muitos recrutadores, hoje em dia utilizam o linkedIn como fonte de recrutamento, e esta plataforma é um excelente meio para se diferenciar. Como? Trabalhando-a de forma séria e estratégica. Porém, isto exige muito trabalho. E não passa apenas por transcrever o CV para o LinkedIN, tem que ir mais além, tem de levar o algoritmo a mostrá-lo ao público para o qual quer comunicar (empresas, recrutadores).

Algumas dicas:

  • Use as palavras chave mais usadas na sua área de atuação;

  • Tenha um título que vá ao encontro das pesquisas dos recrutadores;

  • Seja ativo na rede, através de partilha de conteúdo da sua área, para que comece a ser reconhecido na sua área de atuação;

  • Cuidado com os comentários desrespeitosos, pode e deve comentar e é normal que por vezes tenha opiniões contraditórias, pode expor o seu ponto de vista, mas sempre respeitando o outro;

  • Escreva um resumo apelativo, que faça o match entre o ser-humano e o profissional

Repare que ao estar a fazer todo este exercício de autoanálise e depois de análise ao mercado, está a trabalhar várias competências que são imprescindíveis hoje em dia. E um bom recrutador, ao analisar todos estes pequenos pormenores, vê muito mais do que aquilo que está escrito.

Deve ter a consciência disto, e de muito mais que há para dizer, no que concerne à gestão de carreira, que é esse o meu contexto, e é esse o meu público: pessoas que queiram apostar seriamente na gestão da sua carreira, de forma contínua e que enquanto desenvolvem as suas marcas pessoais ganham competências muito úteis e reconhecidas pelo mercado de trabalho.

E sinceramente, acho que as empresas também querem pessoas assim. Pois, eu sei o que está a pensar: que nem todas as empresas têm uma boa postura! É verdade, mas o mais incrível é que se souber gerir a sua carreira, vai claramente perceber onde quer e onde não quer trabalhar.


Faz sentido para si?


Imagem: Retirada da Internet


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